segunda-feira, 25 de julho de 2011

Carreira/Visão do Mercado e da Arte Cinematográfica,

Perspectivas para o Futuro

“Yellow é a cor da criatividade e é a cor das abelhas tendo em conta que as abelhas só funcionam em equipa. Para alem disto, os sinais de transito de “construção” (temporários) são de cor amarela. Então, tudo isto significa que somos uma equipa que construímos um projecto: a Yellow."

Pictures, porque produzimos tudo aquilo que seja moving pictures: cinema, audiovisual, multimédia. Yellow Pictures”.

Soraia Ferreira estudou gestão de empresas na Universidade Católica e passado um mês de concluir a Licenciatura estava em Los Angeles, nos Estados Unidos, onde ingressou num curso de produção e realização cinematográfica. Concluiu o Mestrado em Estudos Cinematográficos na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias em Lisboa e está actualmente a frequentar o Doutoramento em Media Digital. Gere equipas e conta histórias desde que deu inicio à sua actividade como produtora em 2005.

Enquanto estudava em L.A. criou o nome e a produtora em Portugal. De volta ao seu país natal, Soraia e a Yellow Pictures iniciam-se com a produção de uma longa-metragem com uma equipa internacional (Londres, L.A., New York, Lisboa, Porto) : AMOR EM JOGO [STAR CROSS], distribuído em Portugal pela Lusomundo, Making-of na SIC e vários micro-clips para suportes multimédia.

Soraia Ferreira considera que o financiamento é um obstáculo para um jovem produtor tendo em conta que um dos factores principais é o curriculum vitae do produtor. “É difícil ter trinta anos e concorrer com quem produz há trinta anos”.

Como jovem produtora o principal obstáculo é mostrar que se sabe produzir. Mesmo com uma visão fresca e jovem, no “Portugal pequenino” a industria é também pequena e está, obviamente, muito concentrada. Dá como exemplo a experiencia da Yellow Pictures, que funciona no Porto, e na produção da longa-metragem AMOR EM JOGO, teve que recorrer a chefes de sector e equipamento de Lisboa (no Porto produz apenas projectos de pequena dimensão).

“Produzir, é como todos os negócios: temos que estudar todas as possibilidades para sabermos como chegar à crista da onda.”

Soraia não considera a concorrência um obstáculo porque ambiciona ter muitos colegas produtores no activo porque assim haverá trabalho para as equipas de rodagem e pós-produção, das quais se precisa durante três meses num projecto de quatro anos de produção, por exemplo. Assim garante-se que há fluxo de trabalho sabendo que a existência deste que alimenta o mercado.

Obviamente que sente a concorrência no que diz respeito a fundos/financiamento mas acredita que, se houver produção com qualidade haverá quem queira colaborar com a Yellow Pictures. A co-produção é um caminho para conseguir produzir. E como se produz um projecto entre dois ou mais países há mais possibilidades de vende-lo também para o estrangeiro.

Começou com as longas-metragens mas agora pretende mudar de estratégia. Não deixará de continuar a fazer projectos de cariz nacional porque é isso que Soraia pretende que distinga a Yellow Pictures das outras empresas, tendo como principal objectivo as vendas internacionais, conhecendo a pequena dimensão do mercado português. Considera economicamente insustentável e inviável fazer projectos só para

o mercado português, principalmente com orçamentos elevados. Esta é a principal razão que levou Soraia definir esta estratégia para a sua empresa.

Devido às rápidas evoluções tecnológicas e a evolução das audiências, encontra-se num período de reorganização da estratégia da Yellow Pictures. A diversidade das plataformas existentes fez a equipa da Yellow questionar “Onde é que a nossa audiência está?”. E é isso que têm vindo a estudar. Nos dias de hoje a audiência é extremamente activa, não se contenta a ver apenas um filme no cinema, pretende encontrar produtos associados, seja na TV, PC, Telemóvel... são estes os produtos em estudo.

Com alegria e muita firmeza Soraia confessa que conseguir produzir em Portugal é uma questão de tempo e persistência...é uma questão de gostar.


Julho 2011

Bruno Bessa Roldan Telésforo

Joana Bomfim de Matos da Cunha

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